quinta-feira, 17 de maio de 2012

Eu sonhei com você nesta noite ...

... e  isso mexeu comigo.

Havia uma guerra e eu precisava me preparar para participar na segunda chamada. Minhas habilidades (?) eram úteis e não dava mais para eu ficar sentada esperando tudo terminar.

Eu fui me preparar, coloquei as roupas necessárias, peguei meus acessórios e armas e fui a caminho do regimento pré determinado. Honestamente, parecia algo meio RPG, porque aquilo estava longe de ser farda.

Pelas ruas, passei por uma locadora. Entrei e comecei a observar todos os filmes e jogos que deixaria de assistir e apreciar caso não voltasse com vida. Fui à parte de filmes antigos e comecei a chorar ao ver todos os filmes e desenhos que marcaram minha infância. 
Enquanto secava as lágrimas, escutei um barulho e olhei para a direita. Era você!

Você ficou espantado ao me ver com o uniforme e me perguntou o que eu estava fazendo lá e porque estava vestida daquele jeito e eu disse "não posso mais ficar parada enquanto pessoas estão morrendo. Se eu posso ajudar eu tenho que ajudar e ajudarei." Seus olhos ficaram arregalados e brilharam um pouco graças as lágrimas que começavam a surgir somado da iluminação do local.

Então, você me chamou para dar uma volta e, virando a esquina, você ficou parado segurando firme meus dois braços e me olhando fixamente. No momento, fui em sua direção tentar te beijar, você foi para trás e disse "Não... isso é algo que eu quero fazer." E você me beijou e me abraçou tão forte, tão forte como da última vez que nos vimos.

Mas a sirene tocou. Todos que foram escalados deveriam comparecer ao regimento. Eu não queria sair de seus braços e você não queria me soltar, mas eu tive que ir. O regimento (que ficava a uma quadra de distância da locadora) estava começando a lotar. Com várias pessoas ocupando as mesas enormes (cerca de 100 lugares em cada, no mínimo), todas aflitas, conferindo os pertences de suas bolsas, suas armas e eu só querendo estar no lado de fora, com você.

Tive que me recompor rapidamente, afinal, eu seria importante para a missão. Então sentei com algumas pessoas e começamos a discutir sobre as possíveis táticas a serem utilizadas.

Quando saímos de lá em direção aos ônibus, você apareceu. Com uma rosa vermelha na mão e uma pequena caixa de presentes na outra, vocês as entregou e saiu correndo. 

Eu fiquei parada, perplexa. Eu queria me despedir, mas não te encontrava. Procurei por muito tempo, mas o ônibus estava de partida e tive que subir. Comecei a chorar. Não conseguia mais pensar em nada. 

Resolvi abrir a caixa, nela havia uma carta que estava escrito o seguinte: 
"Eu fui um tolo. Tive você por perto por tanto tempo e só  demonstrei o que sentia quando já era tarde. Não deixe de cumprir com seus objetivos por mim. Não sou digno de pertencer a você. Eu quero que você faça o que tenha que fazer e saia vitoriosa. Não faça as coisas por mim, mas faça-os por você. Sei que agora não adianta mais, mas queria que você soubesse que eu te amo!"

Como eu decorei isso? Eu passei o resto do sonho lendo e relendo essa carta e, quando acordei, por alguns segundos, desejei do fundo do coração que seus sentimentos fossem reais.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um anjo.


Hoje eu acordei e me comportei como mais um dia comum. Atrasada como de costume, quase perdi o ônibus 260. Mas não estava bem. Com os problemas recentes seria impossível que eu estivesse. Mas, como sempre, tento evitar que os outros percebam isso, não por orgulho, mas porque os outros já tem os seus problemas e não quero que se preocupem com os meus também. Não escondo de ninguém, se alguém me pergunta o que está acontecendo, eu falo, mas não saio gritando para todo mundo também.

Hoje finalmente criei coragem e perguntei ao cobrador se eu possuo o direito de sentar nos bancos especiais devido a minha tontura completamente ridícula. Ele disse que sim, mas que dependia da compreensão e da educação dos passageiros neles sentados.

Como o ônibus estava lotado e não estava com humor de ouvir xingamento logo cedo, resolvi ficar em pé. Porém depois de um tempo comecei a passar mal, resolvi jogar Castlevania para me concentrar em algo e esquecer disso e dos demais problemas, mas estranhamente um moço levantou e deixou-me sentar.

Eu estava nervosa por começar a passar mal cedo e acabei falando alto “passar mal de manhã ninguém merece” e foi quando ele começou a conversar comigo. Mas começou com uma bronca “Você está passando mal? Você deveria ter me avisado para que eu levantasse antes.” Achei estranho a tamanha educação e preocupação que um desconhecido teve comigo. Expliquei a situação e minha tontura ridícula e patética. Ele riu e começamos a conversar.

O tempo foi passando e por um breve momento deixei todas as preocupações de lado e ele me acalmou, sem saber. Senti-me tão bem que nem parecia ter problemas, exceto pela tontura gerada pela pressão baixa.

Então ele desceu, no penúltimo ponto antes de entrar na Rodovia Raposo Tavares. Eu fiquei pensando no que tinha acontecido. Uma pessoa estranha conseguiu de uma forma espontânea e descontraída conseguir animar-me. Isso não é algo comum, muito pelo contrário, é algo de extrema raridade. Eu nunca tinha passado por isso.

Foi uma sensação estranha, como se ele estivesse lá para me fazer sentir melhor e quando ele conseguiu, iria embora.

Tenho certeza que foi um anjo. Eu nunca o vi e sempre pego o mesmo ônibus no mesmo horário.

Quem diria que coisas assim de fato existem. Eu sou muito cética neste aspecto, que pessoas boas aparecem do nada e ajudam os outros quando menos esperam, mas existe! Eu sou prova!

Eu não conversei sobre os assuntos pessoais, não sou maluca de falar essas coisas para um estranho, mas ele me ajudou mesmo assim, em tão pouco tempo. São coisas que não podemos explicar, só podemos relembrar o ocorrido e rir.

Concluindo, anjos existem!

28.06.2011
Resolvi criar isso aqui porque às vezes escrevo alguma coisa e não sei o que fazer.
Começarei postando textos antigos que tenho guardado aqui.