quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A banalização do amor


Eu acho que escuto mais a palavra amor do que bom dia. Essa palavra ficou tão banalizada que as pessoas que realmente o sente, tentam dizer de outras formas. 

As pessoas mal se conhecem e já dizem que amam. O amor que dizem sentir não é de fato o amor. O sentimento é confundido com paixão e até mesmo com um simples gostar. É um absurdo! Considero até ridículo. 

Acho que nasci na época errada. Orgulho e preconceito é um ótimo exemplo que tenho de verdadeiro amor. Sei que Lisa e Mr. Darcy não existiram, mas o jeito que a paixão transforma-se em amor é simplesmente lindo. Não é algo simples, muito menos fácil. Às vezes, não queremos aceitar o sentimento que nutrimos pela outra pessoa. Quando aceitamos os defeitos e abrimos o coração, é neste momento que o amor nasce.

Outro exemplo bonito é Bela e a Fera, porque não é algo que nasce do dia para a noite, numa troca de olhares. É algo trabalhado ao longo do tempo e pela força de vontade dos dois. Por isso adoro este filme.

Odeio comédia romântica. Ok, odiar é muito forte, não gosto de comédia romântica. Para mim, esse tipo de filme serve para assistir enquanto eu faço outras coisas ou quando estou com sono, para dormir mais rapidamente. Em outras palavras, serve para deixar televisão ligada, apenas isso. A vida não é assim e, se fosse, seria chatíssima. 

Uma vez me disseram uma coisa que me fez refletir bastante. Paixão é algo irracional, você não escolhe ter esse sentimento pela pessoa, você não enxerga os defeitos, você muda suas atituides e até mesmo sua personalidade para a agradar. Não é algo que você pode controlar, pode-se até dizer que é algo doentil. O amor é diferente. Você escolhe amar a pessoa, você vê os defeitos dela, tem a percepção de que ela não é perfeita e que, na verdade, encontra-se bem longe disso, você não muda ao lado dela, permanece o mesmo, sua essência é imutável. O amor é racional, mas não faz milagres.

Lembrando que aceitar os defeitos do outro não é apenas ver que eles existem. È aprender a viver com eles, não esperar que eles sumirão ao longo do tempo.

Mesmo com minha idade, tenho certeza de que não senti isso. Honestamente eu não sei se sentirei. Mas atualmente isso não me preocupa, acho que sou desligada demais para isso.

Eu acho que não poderia finalizar com outra frase que não seja esta: "O amor é doce, querido Ned, mas não pode mudar a natureza de um homem" Lyanna Stark.