como parece.
Muitas pessoas pensam que Michael é por conta do Michael Owen, Michael Ballack, Michael Schumacher e Felix por causa do Felix Kroos. Bom, se as pessoas acham que eu sou simplista assim, tenho apenas dó delas.Vou contar como essas escolhas aconteceram.
Bom, começando, Michael não é 'maicou', é Michael, pronúncia alemã. Nada de Micael também. Se não sabe como fala, é só perguntar ao tradutor do Google, a fonética dele é boa.
Em relação a história, eu nasci e cresci numa família católica e eu era católica praticante, fiz catequese, primeira comunhão, perseverança, coroinha e ajudava no que podia na igreja. Eu sai de lá por conta de uns problemas que contarei outro dia, mas eu parei de frequentar, e foi justo na época em que eu estava mal em casa e na escola. Depressão na certa! Mas sempre consegui disfarçar isso, tanto que conto para algumas
pessoas que me conheciam naquela época e elas não acreditam. Não sei se isso foi bom ou ruim, mas pelo menos melhorei.
Eu já pensei besteira e quase a fiz também. Sim, estou referindo-me a suicídio. Hoje acho algo improvável para mim, mas eu cheguei ao ponto de quase me cortar, não nego isso. Durante esse período, eu fiquei mal mesmo e teve uma vez que tive sonho com o, chamado aqui, São Miguel Arcanjo, eu particularmente prefiro chama-lo de Michael e, eventualmente de Mika. Sim, eu converso com ele e rezo para ele assim "Olá meu Michael querido" ou "Mika, meu querido" sempre num tom espontâneo, pois acho isso mais verdadeiro que seguir uma oração "São Miguel Arcanjo, peço-lhe por meio desta oração..." Acho que não devemos tratá-los com medo, mas sim com carinho e amizade, por isso sigo essa linha despojada.
Então, eu sonhei com ele, lembro que ele estava diferente das tradicionais imagens, pois ele sempre é apresentado como loiro de cabelos enrolados, no meu sonho ele tinha cabelo ruivo e liso, mas eu sabia que era ele. Ele disse que me ajudaria em relação a depressão se eu fizesse algo por ele. Eu concordei no sonho e logo em seguida acordei. Assustada com isso, sentei no chão do meu quarto e comecei a refletir, lembrando do que eu tinha sonhado, mas que parecia tão real. Depois de um tempo, olhei para cima e disse em voz alta "Combinado, Michael!" Eu ainda não tinha decidido o que fazer. Pensei em diversas coisas, incluindo até tatuagem. E enquanto isso, eu melhorava aos poucos. Claro que eu me ajudava, mas eu sentia força para me ajudar, o que eu não sentia antes, era ele me ajudando.
Então eu fiz algo para me ajudar a decidir. Prometi entrar na igreja de novo apenas se tivesse uma imagem dele e então diria na frente dela o que iria fazer. Parece algo fácil, mas demorei mais de um anos para decidir isso.Contando com o tempo do sonho, decidir o que fazer, continuar sem saber, procurar a imagem dele, já era 2008. Eu finalmente encontrei! Uma pequena igreja atras da Catedral da Sé (não tinha imagem dele nem lá, bizarro). Quando eu olhei a imagem, comecei a chorar, depois olhei para cima e disse "Michael será o nome do meu primeiro filho! Em homenagem a você! Somente a você!".
Para quem acha que foi apenas uma concidência o sonho com a melhora, há mais coisas envolvendo meu querido Michael.
Quando eu estava preparando-me para ir à Alemanha, não havia decidido a cidade ainda. Depois de vários prós e contras, ficou decidido Hamburg. O que eu sabia até então daquela cidade: HSV, St. Pauli e Porto!Depois que fechamos tudo, lembrei que tinha visto algo sobre Hamburg no meu livro de alemão, peguei e quando abro na página de Hamburg, começo a chorar. Michaeliskirche ficava em Hamburg. A igreja inteiramente dedicada ao meu querido Mika ficava lá e eu iria conhece-la. Mas não terminou por ai. Quando eu recebi o e-mail para ver onde eu ficaria, novamente mais lágrimas. Minha casa ficava menos de 2 minutos da igreja. Eu não apenas conheceria a 'casa' do Michael como ficaria ao lado dela por quase 1 mês.
Cheguei em Hamburg dia 7 de janeiro, depois de uma longa viagem de trem que contarei depois, e só pensava em uma coisa "preciso ver a igreja, preciso ver a igreja" mas estava muito cansada. Do Goethe fui direto para a casa da minha família, chegando lá, descobri que não havia ninguém em casa, mas uma vizinha me atendeu. Descobri que era uma mulher que morava sozinha um pequeno apartamento. Enquanto eu a esperava num dos quartos, escutei o badalar dos sinos da igreja, e mais lágrimas caíram. Foi neste momento que me toquei de fato que estava em Hamburg, na Alemanha. Das janelas do pequeno apartamento, não via a igreja, e minha ansiedade só aumentava. Não fui à igreja no dia seguinte, pois depois do curso, fui andar no centro, e novamente cheguei cansada. No dia seguinte fui conhecer a igreja. Diferente da minha afobação habitual, fui calmamente até o tão esperado local, apreciando os prédios, as árvores, o céu, o clima, as pessoas, quando finalmente chego na rua da igreja, meu coração começa a bater mais rápido, a cada passo sabia que estaria mais perto do meu Michael. Quando cheguei na porta da igreja, fechei meus olhos e dei alguns passos para trás, eu sabia que em cima da porta eu poderia ver meu Michael. Quando abri meus olhos, ele estava na minha frente. Uma estátua com cerca de 3 metros de um anjo esmagando o demônio. Era meu Michael! Aquele que tinha me ajudado e a quem tinha prometido dar o nome do meu filho. Eu chorei de felicidade. Eu mal podia acreditar que estava ali.
Passando os dias, eu normalmente o visitava quase diariamente. Sim, eu ia até a porta da igreja e ficava uns 30 minutos conversando com ele, em português. Poucas pessoas passavam e olhavam, já que preferia conversar com ele por volta das 11h da noite. E eu sabia que ele me escutava.
Quando entrei na igreja, havia um elevador para subir a imensa torre, mas eu preferi ir de escada. Não era uma escadaria rígida, pelo contrário, era de madeira e em alguns momentos, achei que parte dela iria cair, mas segui confiante. Durante toda a subida, que demorou uns 20 minutos, senti o Michael do meu lado, feliz por eu estar lá. Quando finalmente cheguei ao topo, pude ver o panorama completo de Hamburg.Daquele lugar, quase toda a cidade ficava visível aos olhos: o porto, o centro, a Reeperbahn, o Alster, a prefeitura, etc. Era a visão que meu Michael tinha da cidade que ele protegia, da cidade que eu tanto amei.
No dia em que fui embora, eu parei de arrumar minhas malas e fui me despedir dele, cerca de uma hora falando e agradecendo por tudo. A última coisa que falei para ele foi "Michael, meu querido Mika, eu prometo, eu vou voltar. Eu posso ir para München, mas eu venho aqui para te ver. Eu prometo Michael, do fundo do meu coração. Eu vou voltar!" Nesse momento, eu abaixei a cabeça e comecei a chorar, quando olho para cima de novo, um floco de neve cai de um dos olhos dele. Não foi coisa da minha cabeça, pois não estava nevando naquele dia, então não poderia ser apenas impressão. Eu vi o floco cair até o chão. Nessa hora eu tive plena certeza que ele me escutava, que ele sempre me ajudou, que sempre esteve ao meu lado.
Quando entrei no trem com destino a Frankfurt am Main, eu fiquei olhando para tras, até o último momento em que eu consegui ver a Michaeliskirche. Depois que ela sumiu da minha vista, eu disse "Eu vou voltar, meu querido, eu vou voltar!" Eu tenho algumas imagens do meu querido Michael, sempre converso com ele, pois sei que ele está do meu lado, me escutando e dando suporte sempre.
Bom, essa é a história! Creio que não é tão simplista como vários pensaram/pensam.
Sobre Felix, é uma história bem mais curta, mas não deixa de ser importante.Depois de passar uma semana em Berlin, eu e o Vizza precisávamos ir para Hamburg, então pegamos um trem para Hamburg, porém teríamos que trocar de trem na estação de Schwerin. Como eu nunca tinha pego trem de viagem na minha vida, entrei na primeira porta que eu vi sem prestar atenção, e o Vizza me seguiu. Quando entramos, vimos que era um vagão para bicicletas, mas ficamos lá pois havia várias cadeiras para abaixar e sentar, e como estávamos com malas enormes, era mais prático também.
Depois entrou uma senhora com uma criança no carrinho. O trem partiu. Berlin ficava para tras aos poucos e eu só olhava para a mãe e seu filho. A criança dormindo no carrinho e a mãe olhando o tempo todo com sorriso nos lábios. Depois de um tempo, a criança acordou e começou a sorrir para mim, e eu fui brincar com a criança. Não tenho palavras para descrever a sensação maravilhosa de ver aquela criança sorrindo o tempo todo. Aquele sorriso simples e tão sincero. Impagável! Então comecei a conversar com a mãe. Ela me disse que era mãe solteira e que estava viajando para a casa da mãe dela. Perguntei o nome da criança e ela disse Felix. Eu perguntei "Félix?" Mal terminei de falar e ela já me corrigiu "Nein, Felix (Fílix)!" Pedi desculpas e disse que 'Félix' é a pronuncia no Brasil. Ela entendeu e continuamos a conversar e brincar com o pequeno Felix. Ela desceria em Schwerin e de lá pegaria um trem diferente do meu. Chegando lá, despedi-me dela e do pequeno Felix com poucas lágrimas nos olhos. Ela olhou assustada mas logo falei "Não poderia existir nome melhor para o seu filho, Felix!" (Para quem não sabe, Felix significa felicidade em latim)
E ela se foi, com o Felix no carrinho. A criança de apenas 1 ano que me ensinou uma das lições mais valiosas da vida: ser feliz sem motivo!